Esse post constará com duas curtas resenhas dos dois últimos livros que li, por não serem muito extensas e porque ando tendo pouco tempo e condições de escrever posts no blog. Então, resolvi fazer dois de uma vez.
"Eu soluçava como uma criança, como alguém que perdeu tudo e não tem mais nada na vida. A morte! Mais uma vez a maldita morte me assaltando, roubando meus amores, minhas riquezas, minha própria vida. A morte que me ronda desde criancinha. Que se insinua, se oferece. Minha vida feita de diversas mortes, uma mais densa que a outra. As minhas várias mortes. As mortes de Sofia."
As Mortes de Sofia foi um livro indicado por uma ex professora minha, funcionária de minha escola e pessoa por quem tenho grande apreço. Ela me indicou, disse que era um livro escrito por uma grande amiga sua que contava a história da morte de seu filho (o de minha professora).
O livro estava em "rodízio" na biblio e eu nunca conseguia pegar. Acabava pegando outros pelos quais não desenvolvia o interesse necessário para prosseguir a leitura, até que em uma manhã peguei o livro na mão e li a resenha da capa de trás e senti que precisava ler.
Ele é bem curto, é uma autobiografia da autora Josiane Scarpin Dutra, dividida em três partes: A primeira conta a história de sua vida antes de conhecer Alan. A segunda, conta a época em que ela o conheceu e as dificuldades que enfrentou com ele, que foram muitas, e a terceira e última parte conta como ficou depois de Alan.
Gostei do livro principalmente por ser real e dinâmico, uma leitura simples, não exatamente envolvente, mas fácil de engolir. E o fato de a história ser real e ter se passado físicamente tão perto de mim me deixou ainda mais interessada.
Basicamente Alan descobre ter uma doença gravíssima e Sofia, na época com apenas dezessete anos, acompanha-o naquela jornada horrível como alguém muito mais adulta, encontrando forças dentro de si que nunca pensou que existissem. Algo que gostei, apesar de parecer horrível, foi da veracidade como Josiane narrou a doença; Nunca me senti tão próxima àquilo na vida, e desejo nunca passar por nada parecido.
Fico pensando nas curiosas palavras de minha ex professora assim que eu lhe contei que acabei de ler o livro. Eu perguntei se ela já leu, acreditando que a resposta fosse que obviamente sim, mas, o invés disso, ela respondeu: "Não. Nunca li e nem pretendo."
Ela e Josiane, a "Sofia" do livro, são amissíssimas e se veem praticamente todos os dias desde que se conheceram, mesmo depois de não terem mais Alan em suas vidas.
Eu quis ligar pra alguém. Contar o que tinha acontecido, e que doía. Mas não havia ninguém ali. Ninguém com que eu pudesse contar. Ninguém disposto a abrir mão do sono para ouvir minhas queixas. Ninguém que se importasse. Então eu virei pro lado e a dor veio. Rápida. Forte. Devastadora. Senti minha alma se rasgando ao lembrar daquelas palavras. E dói. Ainda dói.”Os Treze Porques era exatamente o tipo de livro que eu precisava ler há tempos, e amo poder dizer essas palavras!
Como a grande amante de Dan Brown assumida e orgulhosa que sou, eu aprecio muito mais um bom suspense instigador do que romances água com açúcar dos tipos que andava lendo e que já não me saciavam. Na verdade, depois que você lê o último dos livros de Dan Brown e percebe que para sentir aquela emoção proporcionada por ele outra vez depende da boa vontade do autor de escrever mais um livro, você meio que sente que nunca mais vai encontrar nada à altura. Sente que sempre vai faltar alguma coisa nos outros livros.
Sei que você me entende. Talvez com exemplos diferentes, mas entende.
Enfim, voltando ao ponto e sendo mais específica: o livro é maravilhoso! Uma história envolvente e original, personagens interessantes que vão desde o mais clichê americano até o mais inesperado, passando por exemplos daquelas pessoas filhas da mãe que todo mundo conhece em algum ponto da vida.
Você não pode interromper o futuro, nem modificar o passado. O único jeito de descobrir este segredo é apertando play►."
A história, resumidamente, é sobre Hannah Baker, uma garota do ensino médio de uma cidade americana que cometeu suicídio e, antes disso, gravou em fitas cassete mensagens em áudio que deverão ser repassadas, na ordem em que são citadas, para as treze pessoas que foram responsáveis por sua morte.
É uma loucura total, e ao mesmo tempo é muito interessante!
Fiquei pensando em suicídio. Na maioria das vezes, era apenas um pensamento passageiro. Eu queria morrer. Pensei nessas palavras muitas vezes. É algo difícil de dizer em voz alta. É ainda mais assustador quando você sente que pode estar falando sério."
O livro é narrado por duas pessoas: Uma delas é Hannah, por meio das fitas, contando sua história, e a outra é Clay Jensen, o protagonista do livro e admirador da garota, que é a nona pessoa a receber as fitas e escutá-las.
Uma das coisas que mais gostei a respeito, foi que em alguns momentos do livro eu realmente sentia a angústia de Clay ao ouvir as palavras da garota morta. Eu sentia tristeza e angústia, e o tempo todo, ao ler, eu me questionava, assim como Clay, se tudo não poderia ser diferente não fosse por mínimos detalhes na vida de Hannah. Se ela não poderia estar viva no final das contas.
Mas ela não estava, e ela não aparece de surpresa no final do livro para matar o leitor do coração, uma coisa que eu, admito, esperei acontecer. Esse é outro fator que torna o livro ótimo.
(...) Tony não responde. Ele olha para fora, para a rua deserta, me deixando sentado no carro apenas sentindo falta dela. Sentindo falta dela a cada sopro de ar que inspiro. Sentindo falta dela com um coração que, por si só, se sente tão frio, mas que aquece quando os pensamentos sobre ela fluem através de mim."
Existem outros detalhes que deixam o livro ainda mais interessante, mas acredito que expliquei o suficiente para instigar alguém a lê-lo. Vale muito à pena, é um dos melhores livros que já li!
Eu indico super!
Laís S.
Eu amei ler esse livro, eu só li porque achei essa parte " eu quis ligar pra alguém. Contar o que tinha acontecido..." em que parte do livro fica esse trecho mesmo? Em que fita? Eu queria achar essa parte, passei desapercebida
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