Recentemente um monte de coisas vêm chamando minha atenção para o mesmo assunto: Os Relacionamentos.
Não, não apenas relacionamentos, pois esse assunto abrange um punhado de outros assuntos bem complicados, e quando vejo já estou falando sobre o índice de divórcio no Brasil. Mas sobre "relacionamentos e como eles parecem bem complicados quando você tem 15 anos."
Em uma conversa que tive ontem, percebi principalmente que, ao contrario do que eu pensava, não sou a única que sente muita coisa em relação a isso. Acho que o grande problema dos relacionamentos é que eles deviam vir com um script.
Às vezes, por exemplo, você imagina toda a conversa que vai ter com o possível pretendente de vários modos possíveis, com todas as respostas possíveis que pode ouvir em retorno, e sabe exatamente o que falar. E aí, quando você vê, na prática acaba esquecendo de tudo ou a pessoa não segue seus planos e você se encontra sem palavras e com cara de taxo. Ou (pior!!!) ainda: falando do tempo!
O problema de pessoas como eu, que têm experiência em relacionamentos apenas na teoria, é que no momento em que ouvimos algo que simplesmente não nos preparamos para responder, ou quando aquele beijo que imaginamos mil vezes antes de dormir acaba sendo tudo menos o beijo perfeito, nós nos pegamos em um impasse. E é aí que a mente começa a trabalhar, te dando mil e uma razões pela qual você deve sair correndo daquele momento embaraçoso.
"Ele decididamente não é a pessoa certa para mim, caso contrário teria dito que curte as mesmas músicas que eu. Caso contrário, nossos dentes não teriam se batido quando nós nos beijamos. Caso contrário, eu lembraria de alguma coisa interessante para dizer ou ele falaria algo que nos tirasse desse chove-e-não-molha. Caso contrário... Caso contrário... Caso contrário..."
Essa é uma das piores partes de ser uma escritora de romance: você sempre sabe o que fazer na teoria. Na prática, as coisas quase nunca seguem os seus planos. Se a prática seguisse meus planos, eu poderia ser uma drogada que não vê mais lógica na vida e mesmo assim encontrar um garoto que lutasse por mim. Eu poderia sofrer um acidente de carro e perder a memória, e quando acordasse o garoto dos meus sonhos estaria ao meu lado, pronto para me reconquistar outra vez. Eu poderia ter um lindo romance com meu melhor amigo, aquele garoto lindo que sempre esteve ao meu lado e eu nunca vi como algo a mais. Eu poderia estar noiva de um cara por quem sou apaixonada, mas ter um romance às escondidas com o meu melhor amigo! Então por que diabos eu não consigo pensar em nada melhor a dizer do que "acho que hoje vai chover" para o cara que possivelmente venha a se tornar meu algo-a-mais? Por que eu não consigo encontrar um garoto, unzinho sequer, que siga os meus planos, não deixe que os nossos dentes se batam e me beije bem para cacete?! Que entenda que o que eu procuro em uma relação é conversação, diversão, sorrisos e compartilhar idéias, gostos e momentos legais, e não ficar só trocando saliva o tempo todo? Porque quando você gosta de alguém de verdade, não está com esse alguém para ficar beijando de dois em dois segundos, mas porque gosta da sua companhia.
Eu continuo acreditando cegamente em duas coisas:
A primeira é que eu vou saber quando encontrar uma pessoa que dure mais de dois dias na minha cabeça quando nosso beijo for tudo aquilo que imagino em um beijo perfeito quando escrevo meus romances.
E a segunda é que quando você tem quinze anos, os relacionamentos precisam mesmo de um script para durarem por mais de dois dias. Um script que indique ao parceiro quando você quer apenas um selinho para ele não colocar a droga da língua no meio dos seus lábios, ou que indique exatamente quando você está afim de beijar e quando quer apenas conversar (ou ficar em silêncio, se você for um tapado como eu sou.)
O que quero dizer nesses dez parágrafos acima, é que às vezes quando se é adolescente, quando os encontros românticos não correm como em nossos sonhos, nós nos desesperamos. Achamos que nunca vamos encontrar ninguém com quem possamos compartilhar momentos naturais, que aquela bagunça em nossa cabeça vai ocorrer sempre que nos aproximarmos do sexo o posto e que vamos acabar nos casando com um cara que nunca sabe quando queremos só um selinho e coloca a língua no lugar errado. Mas (e eu realmente, realmente espero) isso é completamente normal. E quando a pessoa certa aparecer - e ela vai! - o beijo vai ser tão bom quando espertávamos e a conversa vai fluir facilmente.
E se não for assim, eu prefiro ficar solteira para sempre. E que isso esteja registrado nesse blog.
Laís S.
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