Resenha: Noé



Noé (Russell Crowe) vive com a esposa Naameh (Jennifer Connelly) e os filhos Sem (Douglas Booth), Cam (Logan Lerman) e Jafé (Leo McHugh Carroll) em uma terra desolada, onde os homens perseguem e matam uns aos outros. Um dia, Noé recebe uma mensagem do Criador de que deve encontrar Matusalém (Anthony Hopkins). Durante o percurso ele acaba salvando a vida da jovem Ila (Emma Watson), que tem um ferimento grave na barriga. Ao encontrar Matusalém, Noé descobre que ele tem a tarefa de construir uma imensa arca, que abrigará os animais durante um dilúvio que acabará com a vida na Terra, de forma a que a visão do Criador possa ser, enfim, resgatada.

Antes de dar minha opinião sobre este filme, preciso falar quais são minhas crenças. Eu tenho quinze anos e ainda não sei exatamente no que acredito. Sou uma pessoa da ciência, assim como tenho minhas bases na religião. Como uma grande fã de Dan Brown, sigo a teoria de que ambas contam a mesma história, só que de modos diferentes e não precisariam ser inimigas (como citado em Anjos e Demônios - um livro que todo mundo devia definitivamente ler). Minha família tem crenças cristãs evangélias, e apesar de não sermos praticantes (e eu ter pisado em uma igreja muitas poucas vezes em minha vida), a religião faz parte de minha vida assim como de todos os indivíduos, seja qual for sua crença.

Parte de mim defende a ideia de que hoje em dia, devido à liberdade de expressão e de opiniões ser muito maior do que no passado, os jovens, assim que completam certa idade, deveriam poder escolher suas próprias crenças sem a influência de ninguém. A ciência é tão importante para a humanidade como a religião é, pois defendo que todas as pessoas precisam ter fé em algo; faz parte de ser humano.

Como religião é um assunto muito delicado, não vou me prolongar nisso. Agora, e indo ao que interessa: O filme Noé mostra uma concepção diferente (e na minha opinião, muito sábia e interessante) da história bíblica do grande Dilúvio. A história baseia-se muito mais em conceitos morais e humanitários do que religiosos, pelo fato de que o filme não expõe a vontade de Deus e as escolhas Dele para com a humanidade, mas sim a possibilidade que Ele deu a um ser humano e as escolhas que esse ser precisava tomar, e esse era Noé.

O filme não segue o gênero de Ação, em minha sincera opinião. Há breves momentos de conflitos e de suspense, porém é melhor classificado como um filme do gênero Épico, por se tratar de uma história supostamente verídica. Tem detalhes muito bons, efeitos ora bem feitos e ora nem tanto, mas nunca deixando a desejar. Além de tudo, o que devo ressaltar foi que a trama explica de maneira (muito) mais simples do que a Bíblia, e isso me ajudou um monte. A encenação de Emma Watson, na minha percepção, foi a mais notável (e é claro que isso tem a ver com ela ser a eterna Hermione em minha cabeça). Russel Crowe também não deixa a desejar. Como sou uma péssima crítica de atuação, eu sou suspeita em dizer que todos os atores contracenaram perfeitamente e praticamente encarnaram seus personagens. Logan Lerman muito pouco me lembrou o garotinho que fez Percy Jackson, e nem percebi que Douglas Booth foi o garoto que fez Lola com Miley Cyrus.

A todas aquelas pessoas que, não importa em que acreditem, conseguem manter a mente aberta a opiniões diferentes das suas, eu aconselho assistir o filme; é uma história bem interessante. O filme não segue uma linha reta. Não nos dá fatos concretos, não é uma história apenas para cristãos, e diferente do que muitas pessoas acham, não é um filme feito apenas para quem acredita em Deus. Não nos dá uma opinião com fatos já concretos; ele apenas levanta questões que são do interesse de todos, e nos dá o benefício da dúvida e do questionamento.  Acredito que mesmo àqueles que são crentes da ciência a história vai agradar, pelo fato de que abrange assuntos muito mais amplos do que o cristianismo. É um ótimo filme para quem gosta do gênero. Curiosos de plantão vão apreciar.

                                                                                                                                     Laís S.

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