Resenha e comparação: Divergente (filme e livro)

"Meu coração bate tão forte que o peito dói, e não consigo gritar ou respirar, mas ao mesmo tempo sinto tudo, cada veia e cada fibra, cada osso e cada nervo, todos vivos e alertas em meu corpo, como se tivessem recebido uma carga elétrica. Eu sou pura adrenalina."

 Divergente é, sim, bem semelhante a Jogos Vorazes. Digo isso porque sou uma fã da trilogia, e as semelhanças são inegáveis. A trama em si tem detalhes completamente diferentes, a história em nada se parece com a outra, porém o seu "gênero", por assim dizer, é praticamente o mesmo.

Preciso ressaltar que comprei Divergente pois depois de ler Jogos Vorazes eu fiquei com vontade de mais obras modernas que abrangem esse assunto: crítica ao governo. Acho que não poderia haver um tema melhor para as pessoas da faixa etária que os lêem (ou seja, adolescentes - principalmente).

O que mais gosto em Divergente é esse pequeno detalhe, demonstrado no trecho acima: a coragem, a ousadia e a bravura de Tris. Posso dizer com certeza que ela é a minha protagonista preferida de todas essas protagonistas femininas de sagas/trilogias modernas. Tris é corajosa; é audaciosa e parte de mim queria ser mais como ela.

"- Meu instinto imediato é de pressionar você até que você ceda, só para ver o quanto terei que empurrar [...] porque o medo não faz com que você se apague; ele faz com que você acenda. Já vi isso acontecendo com você. É fascinante. [...] Às vezes eu quero apenas... ver de novo. Ver você acesa."

Não tenho muito a dizer sobre a história em si, pois eu ainda não li a continuação e não faço ideia do que vai acontecer durante Insurgente, o próximo livro da série. Eu estou curiosa, sim, e apesar de a história não ter me prendido tanto quando Jogos Vorazes ter, e uma parte de fã fiel dentro de mim ainda ver um pouco de rivalidade entre as tramas, eu quero muito chegar ao final dessa trilogia e poder dar meu veredicto.

"A paz é contida; isso aqui é liberdade."

Já sobre o filme, também tenho coisas boas a falar. Assisti hoje, como a boa crítica de cinema que estou virando (é sério... eu fui no cinema três vezes em uma semana) e fiquei feliz em dizer que, tirando alguns pequenos detalhes, o filme foi fiel.

Bem, é claro que toda pessoa que leu o livro espera ver exatamente todas as cenas serem reproduzidas no filme, mas isso quase nunca é possível. Para dar minha opinião sobre isso, precisarei comparar outra vez as duas histórias: Em Chamas foi o filme mais fiel ao livro que já assisti, e mesmo assim sinto falta de algumas cenas. Divergente não é diferente. Algumas coisas que mais me incomodaram foram o fato de que vários dos cenários são muito diferentes do que eu imaginei, mas isso não é totalmente culpa da produção do filme, uma vez que cada um tem seu jeito de imaginar enquanto está lendo. Alguns personagens também fizeram falta. Para os que leram o livro, aqui vai uma pequena lista de cenas que fizeram falta durante o filme:

- Antes de Tris pular no buraco, eu esperei que Peter a chamasse de Careta e engolisse suas palavras depois que ela pulava. Mas ela apenas... pulou. Sem glamour nenhum;

- Senti falta de Drew, e de Molly, e de Myra e Edward.

- Eu esperei pela cena em que Peter enfia uma faca de cortar pão no olho de Edward, e isso o faz desistir da iniciação. Mas a cena não aconteceu;

- O momento em que Tris quase cai da roda gigante e Quatro a ajuda a descer também não existiu no filme.

- E o mais importante, é claro: A declaração de Tobias para Tris nas últimas páginas do livro... ela simplesmente deixou muito a desejar a última cena do filme! Todos ficaram esperando.

Mas no filme foi acrescentado algo a mais, que não continha no livro e agradou a muitos telespectadores: Beatrice deu uma surra em Jeanine, e todo mundo agradeceu ao diretor do filme por ter acrescentado isso. Eu sou uma admiradora assumida de Kate Winslet, mas sua personagem mereceu.

Para terminar essa comparação entre filme/livro deixo registrado que Theo James é o perfeito Tobias e Shailene Woodley é a perfeita Beatrice. Kate acabou sendo uma Jeanine muito má (o que é bom, já que a do livro também é). As pequenas participações de Ansel Elgort fazem meu coração disparar, porque ele é a coisa mais fofa que já pisou em Hollywood. Não poderia haver alguém melhor do que Zoe Kravitz para interpretar Christina, e Ashley Judd é tão linda que facilmente pode se passar pela mãe de Tris. Quanto ao resto do elenco, não me impressionou muito, mas também não decepcionou em nada.


                                                                                                                                  Laís S.