Caixinha de surpresas

Comprei um presente para minha mãe pelo dia dela amanhã, e junto com ele comprei uma caixinha com a estampa linda de Paris para colocar o presente dentro. Aí, eu dei o presente e pedi a caixa pra mim. Ela, como a mãe maravilhosa de bonita que é, me deu, é claro.

Aí eu decidi que ia passar todos os meus "documentos importantes" para aquela caixa e aposentar a caixa mais velha, porque ela já era feia e sem graça.

Mas ao abrir aquela caixinha velha, eu encontrei tanta coisa que já nem lembrava mais. Fiquei por uns bons minutos relendo cartas e bilhetes, vendo fotos antigas, encontrando ingressos de cinema amassados e notas de livrarias dos livros mais legais que eu comprei e (por algum motivo estranho) guardei. Encontrei uma palheta que peguei do vocalista em um show (o único ao que eu fui na minha vida) e a pulseira da área VIP que usei no mesmo, há três anos atrás, no dia 27/08/2011, um dos dias que considero o mais feliz da minha vida.

Enquanto eu repassava aqueles bilhetes, cartas, anotações, fotos e documentos, eu percebi uma coisa:

Memórias são feitas de momentos. E momentos são feitos de pessoas. E a nossa vida é cheia dessas pequenas caixinhas de surpresas que encontramos no fundo do armário de vez em quando, ou em gavetas velhas, ou mesmo dentro de nós mesmos.

A nostalgia é um dos fatores que nos faz perceber o quanto já vivemos e que, não importa como seja nossa vida, alguns momentos já valeram à pena. Foi o que percebi naquele momento, ao lembrar dos filmes que assisti no cinema e daquele show há três anos atrás, das pessoas que conheci que sorriam nas fotos e que hoje já não fazem mais parte da minha vida. Eu pensei, por um breve segundo, que não havia porquê guardar tudo aquilo de novo, porque não fazia diferença ter ou não. Mas então eu pensei que, em alguns meses, eu abriria a caixinha de novo e reencontraria tudo aquilo, e sentiria o que senti ao ver todas as lembranças e eu perceberia novamente, por um breve segundo, que eu já vivi poucas e boas nos meus quase-dezesseis-anos-de-vida.   E isso seria bom, porque me manteria ciente de quem eu sou e de quem eu já fui, e das mudanças que sofri ao longo do tempo. A nostalgia também tem o poder de nos dar um choque de realidade, que vem a calhar para melhor. Então eu mudei todas as memórias para a nova caixa, mantendo-as intactas. Tirei algumas coisas que realmente não faziam a menor diferença de lá de dentro, assim como já fiz outras vezes.

E eu sei que, com o tempo, virei a adicionar e excluir coisas de minha caixinha de surpresas, em uma reciclagem que lava a alma e refresca a mente.

É um dos modos que encontrei de estar sempre em contato com minha vida e minhas mudanças físicamente, poder tocá-las, relembrá-las e mudá-las. E espero que todo mundo faça esse tipo de coisas às vezes, que esteja sempre em contato com algo que os lembre de que tipo de ser humano eles são.




Obsessões da semana:
 No momento, tudo que importa para mim é a música Habits (Stay High) de Tove Lo. Tanto a versão remix como a original.

Também volto a lembrar da existência de Luanna Perez, mas agora encontrei o seu blog onde ela posta quase que diáriamente fotos maravilhosas e você pode ver aqui. Ela é uma inspiração em questão de estilo para mim.


                                                                                                                                           Laís S.

2 comentários:

  1. Genteeee, meu Deus... eu chorei lendo isso e relembrando todas as vezes em que abri a minha caixa e encontrei outros Fábios completamente diferentes desse aqui!
    Parabéns Lais!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigadaaaaa Fabio, acho que todo mundo tem desses momentos às vezes!

      Excluir