Minha justificativa para ter abandonado o Apanhador foi que, além de ter ficado sem internet por um bom tempo, eu não tenho lido nenhum livro que valha a pena uma resenha e minha cabeça se recusa a pensar em um bom assunto sobre o qual escrever.
Então decidi chutar o pau da barraca e falar sobre aquele tabu mais hardcore, pra criar polêmica mesmo (como se alguém lesse esse blog inútil, ha ha).
Não venho escrever sobre a verdade absoluta, sobre guerras em Gaza ou whatever. Vim dar minha opinião sobre algo muito mais simples: A religião na vida das pessoas nos dias de hoje.
Não é novidade que desde a idade média o cristianismo é a religião dominante e a igreja é considerada crucial em uma sociedade. Tecnicamente isso não mudou. O que mudou (e o que é o foco do meu texto) é o modo das pessoas de encararem isso - de viverem isso. Antigamente se você nascesse em uma família cristã (e uso o exemplo do cristianismo porque não conheço muito outras religiões) você só tinha uma opção: ser cristão também e nem mesmo ousar pensar em mudar, questionar ou etc. Simplesmente porque era o certo. Ninguém questionava. As pessoas nasciam e cresciam ouvindo que deviam rezar, crer, ser devoto e não questionar a Deus. Ninguém nunca questionava porque para eles era o certo. E esse é "o certo" até hoje.
Mas hoje em dia algumas coisas mudaram. Não apenas em questão religiosa, mas em quase todos os assuntos do gênero, como sexualidade, como feminismo, sobre o qual já falei... Mas principalmente a religião. Alguém já se perguntou por que há um número muito maior e que cresce a cada dia de ateus? Não só porque é modinha (mas encarem o fato de que, sim, para muito cara sem opinião própria que assiste os videos do PC Siqueira, é modinha). Ateus estão no Youtube. Ateus estão no rádio. Ateus estão na televisão, nas revistas, nos livros, nas ruas, nas escolas. Ateus que se dizem ateus sem nem terem crescido o suficiente para entender o que significa. Ateus que se dizem ateus porque não entendem a Bíblia. Ateus que se dizem ateus porque acham engraçado o que o Felipe Neto fala. Cada vez mais e mais.
E sabe por quê?
Existem dois motivos: O primeiro, é óbvio, é que assim como para a sexualidade e o feminismo, muitas pessoas veem as outras tomando cursos diferentes da maioria, tendo opiniões diferentes, e querem ser assim também. Vamos encarar os fatos. Muita lésbica é lésbica porque vê outras garotas serem lésbicas. Muito gay é gay porque vê outros caras sendo gays. Muita gente corta os pulsos (!!!) porque vê outras pessoas fazendo. E não acho que seja errado (só a parte de cortar os pulsos). Apenas acho que é uma fase, e que muitas pessoas precisam seguir as outras para descobrir quem realmente são. Hoje em dia muita garota entra na "fase lésbica" com dezesseis anos de idade só para descobrir uns dias depois que não é isso que ela quer. Porque hoje em dia, não é mais considerado errado tentar. Ir contra as regras tradicionais da sociedade. E isso está cada vez mais implícito em tudo. Nas novelas, nos livros, nas músicas. Assim como a ovelhinha Maria-vai-com-as-outras que vê as outras ovelhas pulando da ladeira e pula também, quase todo mundo que vê um grande grupo de pessoas fazendo algo diferente começa a pensar que também pode, oras. E por que não poderia?
O segundo motivo é porque nos dias de hoje as pessoas questionam mais. Hoje em dia, os jovens, quando alcançam uma determinada idade, começam a questionar suas crenças sem medo de punição. Imagina só (!!!) como era visto um adolescente que questionasse a existência de Deus na Idade Média. Bem, não precisa imaginar. Temos exemplos em vários cientistas que foram perseguidos por contestar as explicações da Bíblia, não é?
Não fiz esse texto para determinar o que é certo e o que é errado. Eu só o fiz (como faço em todos os outros) para expressar a minha opinião. E esta é: eu acho simplesmente genial que essa geração da qual pertenço possa ser livre para pensar com sua própria cabeça, decidir no que acredita e no que não acredita, o que gosta e o que acha errado. Mas tudo, sempre, tem seu limite. Uma coisa é criar uma opinião própria. Outra, totalmente diferente, é se deixar levar por qualquer pessoa que faça um discursinho bonitinho sobre "cara, não existe essa história de Deus, pf!" ou "ser gay é errado!!! A Bíblia diz que quem é gay vai para o inferno!!".
Cada um acredita no que acredita. É legal quem segue os costumes da família em questão de religião. Mas também é legal que todos saibam que têm o direito de escolher no que acreditar.
É legal alguém ser ateu porque não acredita em Deus. Mas não é legal alguém ser ateu porque outras pessoas são e porque quer dar uma de engraçadinho e fazer piada sobre a religião das outras pessoas. Não há nada mais pé no saco do que aquele cara que senta do teu lado pra fazer todo um discurso com o intuito de te levar para "o lado ateu da força". Cara, cada um acredita no que acredita. Se você é ateu é porque não acredita em Deus, e mesmo assim tá aí, espalhando a palavra de Carl Sagan assim como os testemunhas de Jeová fazem.
É legal ser gay se você gosta de ser gay. Mas não é legal ser gay porque tá na moda ou porque a Miley Cyrus diz que apóia.
Mas acima de tudo, o mais legal é ser quem você é e acreditar no que seu coração te diz para acreditar.
É nisso que acredito.
Laís S.
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