Existe uma coisa que sempre passa pela minha cabeça pelo menos duas vezes ao dia. São as possibilidades.
Sempre fui uma pessoa de muitos sonhos para uma vida só.
É só que o mundo é tão grande. Ele é tão amplo. Minha expectativas, meus sonhos, meus ideais, minhas esperanças... são todos grandes demais para apenas uma vida.
Eu queria ser de tudo um pouco. Viver de tudo um pouco. Conhecer todas as culturas do mundo. Desde a Índia até o Texas. Viver em todas as épocas. Estar no mundo quando Jesus profetizava, e quando Hitler foi o chanceler, caminhar com os hippies nos anos sessenta, e participar dos protestos nas décadas que se seguiram. Viver a Bittlemania. Ver Collor sofrer o impeachment.
Poder experimentar de cada estilo de vida que é possível viver. Ver a miséria e a riqueza bem de perto.
Provar todas as comidas e todas as bebidas e tudo que há de bom produzido pelo homem nesse mundo.
Dar mais valor à natureza.
Eu queria ler todos os livros e ouvir todas as músicas e ver todos os filmes. Apreciar os clássicos.
Queria pisar em cada canto remoto desse planeta, desde a caverna mais profunda até o topo do Everest. Conversar com as pessoas mais inteligentes. Estudar todas as teorias científicas. Cursar cada tipo de faculdade que me interessa. Cruzar a Inglaterra em um trem só para sentir como é. Viver períodos de solidão proposital, para me conhecer por dentro. Lutar pelos animais. Viver em cada país, me integrar em cada nação.
Viver para descobrir todos os mistérios da vida.
No universo há tantas possibilidades quanto há estrelas.
O mundo é tão vasto que eu acho apenas triste que existam tantas pessoas que vivem dentro de uma bolha desde o nascimento até a hora de sua morte, sem ter a capacidade de expandir a mente para novos conceitos.
Desde o momento em que nascemos, temos uma vida. Uma vida que pode nos ser tirada a qualquer segundo de qualquer dia, às vezes sem aviso prévio, e na pior hipótese, com data marcada. Eu gosto de viver, então, um dia de cada vez, sem me apegar demais a materiais, tentando ao máximo aproveitar de cada segundo. E mesmo assim, sei que nunca poderei viver o suficiente para fazer tudo que me agrada imaginar. Por isso, pouco me importa as grandes questões. Pouco me importa se serei julgada, tanto por pessoas quanto por seres divinos. Pouco me importa o depois, o pós vida, porque seja do jeito que for, nem mil vidas poderiam bastar para viver tudo que o universo nos proporciona.
E há quem diga que só vivemos uma vez.
Por isso não me contento com pouco. Por isso, a ganância é uma de minhas maiores virtudes, tendo um efeito propulsor em meu ser.
Para mim, esse é o grande milagre da vida: as possibilidades.
Pense nisso.
Laís S.
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