Eu planejava fazer uma resenha de verdade desse livro aqui no blog. Mas, sério, como começar a falar sobre ele?
Eleanor e Park é um livro que de cara já encanta 95% dos seus leitores. É um romance, em minha concepção, tão simples e comum, que realmente tem esse poder de encantar. Uma história que não conta com pessoas maravilhosamente lindas, ou ricas, ou com um grande propósito na vida (e nenhum deles tem câncer, o que por si só já é um grande diferencial de qualquer romance atual).
Se ele olhasse para o rosto de Eleanor naquele momento, veria o quão idiota ela era. Dava para sentir seu rosto ficando todo risonho e abobalhado. Se Park a olhasse naquele momento, sacaria tudo.
Eleanor e Park são apenas dois adolescentes absurdamente comuns. Uma ruiva gordinha e tímida e um coreano que é fã de quadrinhos e rock alternativo.
A protagonista, Eleanor, é muito estranha. E não aquele tipo bom de estranha, ela é estranha mesmo, ela é estranha de um modo real. É claro que ela tem suas razões. Razões essas que também são bem reais. Fazem parte de uma realidade que muitas vezes pessoas que conhecemos vivem e nós nem notamos. Eleanor vem de uma família completamente desestruturada, com cinco irmãos mais novos e um padrasto alcoólatra que é pior do que pisar em chão molhado usando meias.
E Park é o filho mais velho de uma família perfeita, com pais que se amam e avós queridos e bonitinhos, onde seu único problema é seu pai, que demonstra só amá-lo porque é sua obrigação como pai. O que não é verdade, é claro.
Park tinha o estilo de rosto que alguém pinta por não querer que a história o esqueça.
No começo de tudo, os dois não conseguem nem bem se olhar nos olhos ou dirigir uma palavra um ao outro. Depois que isso finalmente deixa, aos poucos, de ser um empecilho, a grande novidade é o sentido do tato: A parte em que Eleanor descreve a sensação de ter Park segurando sua mão foi uma das muitas partes sublinhadas em meu exemplar.
"Então, deslizou seda e mãos para dentro da palma dela.
E Eleanor desintegrou-se."
"Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou um coração a bater. Como segurar algo completo, e completamente vivo."
O casal vai começando a se conhecer, física e emocionalmente, e bem de vagar, enquanto dividem revistas de quadrinhos e fones de ouvido no ônibus, a cumplicidade de um casal de verdade vai nascendo entre eles. Eles enfrentam obstáculos na escola e em casa. Na escola, tanto porque Eleanor sofre bullying por sua aparência quanto porque a turminha dos babacas (aqueles que todo livro tem) parece achar hilário o fato de os dois estarem namorando. E em casa, porque Eleanor não pode contar nada a ninguém dentro de sua casa e se sente deslocada na casa de Park, um lugar que é "perfeito demais" para ela.
Sobre Love Will Tear Us Apart, do Joy Division, a reação de Eleanor foi a seguinte:
- Só queria partir essa música em pedaços - ela falou - e amar todos até a morte.
Aliás, e fugindo do assunto por um segundo, todas as pessoas deveriam ouvir There Is A Light That Never Goes Out, do The Smiths, caso queiram conhecer o rock alternativo dos anos 80.
Eu nunca conseguiria resumir o tipo de livro que Eleanor e Park é em uma resenha. Para isso, você terá que lê-lo, pois só assim vai conseguir entender.
- Porque não importa para mim, Park. Se você gostar de mim - ela disse -, eu juro por Deus, nada mais importa.
Ele se encostou na cabeceira e puxou-a para seu peito.
- Eleanor, quantas vezes tenho que te dizer - ele falou entre os dentes - que não gosto de você?
Mas como parte do processo, deixo aqui minha nota nove, tanto para a história quanto para Rainbow, que conseguiu realmente diferenciar uma história de amor do século XXI.
Laís S.
Eu já li o livro e ele é realmente um amor (apesar de eu estar usando a expressão "um amor" pra tudo). Na minha opinião não foi NOOOOSSA QUE LIVRO SENSACIONAL, porque achei meio sem sal sabe, esperava mais, (mas talvez seja eu que transborde de expectativas sobre tudo) apesar deste pequeno detalhe me apixonei pelos personagens a ponto de querer chamar minha futura filha de Eleanor. A propósito tu viu que vai virar filme?
ResponderExcluirVi sim! To ansiosa, eu fico imaginando quem vai fazer o Park. O livro tbm não se tornou um dos meus favoritos, pra isso ele precisaria de bem mais. Mas adorei tudo que a Rainbow fez que diferenciou a leitura em vários aspectos. Gostei mt mais pelas palavras do que pela história em si.
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ExcluirVi sim! To ansiosa, eu fico imaginando quem vai fazer o Park. O livro tbm não se tornou um dos meus favoritos, pra isso ele precisaria de bem mais. Mas adorei tudo que a Rainbow fez que diferenciou a leitura em vários aspectos. Gostei mt mais pelas palavras do que pela história em si.
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